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Foto do escritorDaniel Koiffman

PLANO DE AÇÃO PARA MIGRAÇÕES - Alterações na postura e legislação para quem quer emigrar ou se regularizar em Portugal

O plano de ação para migrações do atual Governo de Portugal foi aprovado nessa segunda-feira, 03/06/2024, no qual se diz que Portugal precisa e quer acolher mais imigrantes - por motivos demográficos, sociais e económicos, mas que deve ser de uma forma regulada e fiscalizada, acompanhada de uma integração humanista.

 O Plano divide-se em quatro grandes eixos de atuação: imigração regulada; atração de talento estrangeiro; integração humana que funciona; reorganização institucional.

Eis as 41 medidas aprovadas em Conselho de Ministros (as sublinhadas são as que julgamos mais importantes aos brasileiros)

 IMIGRAÇÃO REGULADA 

Revisão das Regras de Entrada

* Extinguir o procedimento de Manifestações de Interesse

* Reforçar a capacidade de resposta e processamento nos Postos Consulares

* Priorizar canais de entrada para reagrupamento familiar, jovens estudantes e profissionais qualificados

 Resolução de Pendências e Situações Irregulares

*  Criar Estrutura de Missão para resolver os +400 mil processos pendentes  

Assegurar o Sistema Informático de Controlo de Fronteiras

* Intervir de forma urgente nas infraestruturas, sistemas informáticos e bases de dados do controlo de fronteiras existentes 

*  Recuperar o atraso na implementação dos novos sistemas de controlo de fronteiras

*  Mitigar os elevados níveis de congestionamento e atrasos que se verificam nos postos de fronteiras dos aeroportos de Lisboa e Faro 

 Cumprir com Humanismo os Compromissos de Portugal

* Reforçar o enquadramento operacional do Acordo de Mobilidade CPLP

* Confirmar e executar os compromissos de reinstalação e recolocação de beneficiários e requerentes de proteção internacional

* Desenvolver e executar o Plano Nacional para a Implementação do Pacto para as Migrações e Asilo da União Europeia

Receção e Retorno Eficazes e Humanos

*  Aumentar a capacidade dos Espaços Equiparados a Centros de Instalação Temporária (EECITs)

*  Construir novos Centros de Instalação Temporária (CIT), assegurando o apoio jurídico e da sociedade civil

*  Instituir mecanismos de celeridade processual a aplicar nos processos de recursos judiciais, em sede de imigração e asilo

* Garantir a eficiência e eficácia do sistema de retorno, unificando estas competências nas forças policiais

Fiscalização em Território Nacional

* Criar uma equipa multi-forças de fiscalização para combater abusos (tráfico seres humanos, imigração ilegal, exploração laboral e violação de direitos humanos)

*  Auditar os processos de avaliação linguística para a obtenção de nacionalidade portuguesa

ATRAÇÃO DE TALENTO ESTRANGEIRO

Captação de Capital Humano

* Instituir um sistema de atração de capital humano alinhado com as necessidades do país

* Melhorar o processo de reconhecimento de qualificações e competências 

* Promover a formação profissional e capacitação de cidadãos estrangeiros

* Realizar um Levantamento de Necessidades Laborais, alinhando a oferta e a procura de trabalhadores estrangeiros e o seu acolhimento programado

*  Promover a atração e frequência de alunos estrangeiros nas Instituições de Ensino Superior portuguesas 


INTEGRAÇÃO HUMANISTA QUE FUNCIONA

Acolhimento

* Aumentar as vagas para requerentes de asilo e refugiados nos centros de acolhimento

* Aumentar a capacidade das Unidades Residenciais especializadas para acolhimento de emergência de menores não acompanhados

* Aumentar a capacidade de alojamento temporário e urgente para imigrantes, refugiados e beneficiários de proteção internacional

* Promover a integração profissional de imigrantes no mercado de trabalho nacional

* Criar Centros de Acolhimento Municipal/Intermunicipal de Emergência para imigrantes, em cooperação com os Municípios

* Implementar projetos de integração em bairros muito críticos sob coordenação municipal


Língua Portuguesa

* Reforçar oferta, cobertura e frequência do ensino do Português Língua Não Materna (PLNM)

* Disponibilizar materiais e orientações multilíngues, incluindo em português funcional

 Resposta dos Serviços Públicos

* Simplificar o processo de concessão de equivalências no ensino básico

* Promover e gerir o acesso dos imigrantes ao Serviço Nacional de Saúde

 Mobilização de Recursos Privados para Financiar a Integração

* Criar instrumentos de canalização de capital privado para investimento social em projetos de integração de imigrantes

 



REORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL

 Rever a Arquitetura Institucional das Políticas Migratórias

* Criar a Unidade de Estrangeiros e Fronteiras na PSP

* Restruturação das competências e organização interna da AIMA

* Reforçar os recursos humanos e tecnológicos da AIMA, criando um incentivo à produtividade e desempenho

* Transferir a competência de atendimento presencial dos pedidos de renovação de autorização de residência do IRN para a AIMA

* Alargamento do serviço presencial disponível para o cidadão imigrante pedir os seus identificadores setoriais (NIF, NISS, NNU)

* Restituir o Observatório das Migrações enquanto organismo do Estado para informar política pública


Descentralizar: Reforçar Papel dos Municípios e Sociedade Civil

*  Redefinir e autonomizar o Conselho para as Migrações e Asilo, enquanto órgão consultivo do Governo

* Reforçar o apoio financeiro às associações de imigrantes e da sociedade civil que operam no setor

* Fortalecer as respostas de proximidade através dos Centros Locais de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM)


A primeira medida legislativa apresentada e já em vigor é o Decreto-Lei n.º 37-A/2024

de 3 de junho que revoga o instrumento de autorização de residência por mera manifestação de interesse, mas, deve estar claro que tal alteração não afeta a situação dos cidadãos estrangeiros que já iniciaram procedimentos de autorização de residência antes de 03 de junho de 2024. mesmo que o processo ainda não terminou.

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